Fábricas Automotivas na Argentina Retornarão à Produção com Restrições em Março

A situação econômica da Argentina continua a apresentar desafios para o setor automotivo local. Problemas relacionados à falta de dólares resultaram em algumas fabricantes locais acumulando dívidas com fornecedores e matrizes. Agora, diante da impossibilidade de honrar tais compromissos, as fábricas terão que reduzir o ritmo de produção, com potencial diminuição para um único turno na linha de montagem. Segundo informações do site Ámbito Financiero, empresas como GM, Volkswagen, Nissan e Renault estão avaliando a retomada das operações, cerca de três meses após a paralisação anual no final do ano passado.

De acordo com dados do veículo de comunicação argentino, as fabricantes aceitaram financiar as próprias importações, com a promessa de que o Banco Central liberaria dólares a uma taxa oficial de conversão. No entanto, o governo anterior não cumpriu o acordo e, com a mudança de liderança, a situação se agravou. Fornecedores interromperam o fornecimento de componentes devido ao não pagamento, gerando impacto direto nas linhas de produção.

Repercussões no Setor

General Motors tem previsão de retomar a produção no próximo mês, enquanto ainda não definiu possíveis alterações no ritmo produtivo. Renault e Nissan, operando conjuntamente em Córdoba, já voltaram à produção, porém de forma esporádica devido à dependência de determinadas peças e insumos essenciais. A Stellantis, por sua vez, está revisando seu calendário de produção, prevendo redução nas atividades.

Mesmo a Toyota, que inicialmente não considerava a redução de turnos, planeja diminuir a produção de veículos Hilux e SW4 devido a quedas nas vendas em mercados como Chile e Colômbia. Além disso, a Honda, que almejava incrementar a produção com a introdução da van Hiace, também enfrenta desafios decorrentes da instabilidade econômica.

Desafios Futuros

Fontes do setor acreditam que a normalização da situação não será imediata, alertando para a possibilidade de mais fabricantes precisarem reduzir a produção. O impacto da dívida externa continuará afetando as empresas, comprometendo lançamentos previstos para este ano. Entre as montadoras afetadas, a Volkswagen planejou o lançamento da Amarok redesenhada para o primeiro semestre, enquanto a Peugeot tem planos de renovar o modelo 208 e iniciar a produção da segunda geração do 2008, ambos já avistados em testes no Brasil e Argentina.