Por que o preço dos carros elétricos não subiu mesmo com o aumento do tributo
Por que valor do automóvel elétrico não aumentou mesmo com elevação do tributo
Descubra por que marcas estão impedindo os preços e oferecendo descontos no primeiro semestre
Era aguardado para este ano que todos os veículos elétricos se tornassem mais caros com o retorno gradativo do Imposto de Importação sobre carros eletrificados. A indústria, no entanto, tem seguido na direção contrária, pois os veículos elétricos de entrada mantiveram seus preços ou até mesmo ficaram mais acessíveis no Brasil.
Um exemplo disso é o Renault Kwid E-Tech. O hatch elétrico foi lançado em 2022 por R$ 146.990, mas após reduções sucessivas, agora custa R$ 99.990. Outros compactos elétricos, como Caoa Chery iCar (R$ 119.990), Jac e-JS1 (R$ 126.900), BYD Dolphin Mini (R$ 149.800) e GWM Ora 03 (R$ 150.000), ainda estão disponíveis pelo mesmo valor de 2023 — ao menos por enquanto.
Os veículos eletrificados de categorias superiores, como SUVs e sedãs de luxo, estão mais caros do que no ano anterior. De acordo com Milad Kalume, diretor de desenvolvimento da consultoria Jato do Brasil, a manutenção dos preços se deve à chegada de marcas chinesas, como BYD e GWM.
Por conta da estratégia agressiva dessas marcas, a concorrência está tendo que absorver o aumento da alíquota do imposto, a fim de manter seus produtos em uma faixa de preços competitiva no mercado.
“O primeiro fator determinante de compra é o preço. Se um veículo é significativamente mais caro que outro da mesma categoria, não irá atrair a clientela”, destacou o especialista.
Segundo Henrique Antunes, diretor de vendas da BYD, o valor do Dolphin Mini permanecerá inalterado por tempo indeterminado. " ,"Por enquanto, conseguimos manter os preços. Nossa estratégia de valores não foi modificada. Realizamos estudos para oferecer as melhores condições no mercado,' afirmou.
O especialista da Jato ressaltou que a chegada do Dolphin Mini ao Brasil deve ocasionar o reposicionamento dos preços de modelos a combustão. De acordo com o especialista, o consumidor brasileiro considera o preço antes de design, tecnologia, consumo e desempenho.
“Se as pessoas estão migrando para o automóvel elétrico, a montadora necessita reposicionar os veículos a combustão [para manter o interesse]”, afirmou. “Isso ocorrerá exclusivamente devido à chegada dos novos veículos chineses”.
Imposto vai aumentar ainda mais em 2024
Kalume mencionou que os valores atuais dos veículos elétricos devem ser mantidos até meados de julho, quando está previsto um novo aumento das alíquotas do Imposto de Importação. Confira na tabela:
Imposto de importação para veículos elétricos e híbridos
Janeiro de 2024 Julho de 2024 Julho de 2025 Julho de 2026
Híbridos 12% 25% 30% 35%
Híbridos plug-in 12% 20% 28% 35%
Elétricos 10% 18% 25% 35%
“Há quem acredite que os chineses estão preparados para absorver 100% desse imposto, mas penso de maneira diferente. Do meu ponto de vista, aumentos devem ocorrer a partir do segundo semestre, porém a tendência é que novos incentivos sejam disponibilizados [para conter a elevação dos preços]”, comentou o executivo.
O governo estabeleceu uma cota para que as fabricantes possam trazer ao Brasil veículos eletrificados sem pagar a alíquota de importação. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) determinou os valores totais e até especificou que algumas montadoras não serão contempladas com o benefício.
Palavras-chave para SEO: carros elétricos, preço do veículo, importação de automóveis, mercado automotivo, competitividade de preços
"Este artigo foi útil?
Escolha de 1 a 5 estrelas para avaliar